Fui ao cinema, sem muita vontade, conferir “Red 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos”, porque tinha ganhado ingressos do CineOrna (e ingresso de graça você nunca dispensa!), e como é bacana quando você dá com a cara no muro e se depara com um filme realmente divertido e, sobretudo, inteligente.

Quando fora lançado, em 2010, “Red: Aposentados e Perigosos” tinha feito um sucesso plausível, e conseguiu chegar bem às premiações, levando até uma indicação ao Globo de Ouro. Baseado nos comics da DC, “Red” conta a história de ex-agentes da CIA, aposentados, que voltam à ativa pelo fato de um deles, Frank Moss (Bruce Willis), estar sendo caçado em razão de uma missão que ficou nas entrelinhas e agora virou questão política, relacionada com o vice presidente dos Estados Unidos.

Comandado por Robert Schwentke, diretor limitado de “Plano de Vôo” de 2005, “Red: Aposentados e Perigosos” era um filme funcional, com idéias mal exploradas sobre seus personagens, mas numa trama que entretinha sem reservas. De certa forma, as lacunas deixadas por Schwentke foram muito bem vindas, principalmente, se tratando de uma seqüência, agora sendo assumido por Dean Parisot, diretor conhecido por séries como “Modern Family” e “The Good Wife“, que explora não somente as facetas de ex agentes aposentados da CIA em meio à dificuldade de viver normalmente, mas também quem os dá vida, os atores, e o histórico de cada um, sem se deixar cair naqueles planos mirabolantes de subversão. Quase como numa brincadeira descontraída, “Red 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos” assume-se picareta e na abrangência de trazer uma trama com classe e inteligência, busca sempre um sentido para aquelas perseguições absurdas e explosões incalculáveis.

Talvez o que mais chama a atenção nessa seqüência de “Red” é justamente o fato de não ser, necessariamente, uma seqüência, já que o filme assume uma áurea (quase que) totalmente diferente do primeiro filme e constrói-se através de uma comédia romântica, com o melhor sabor dos clichês, onde toda a ação que envolve cada personagem, agora minuciosamente calculados para seu “momento de brilhar”, é apenas um mero objeto de (dis)função cênica. E é só notar a forma como Anthony Hopkins é apresentado à trama e como a persona canastra dele ganha um contorno maroto; ou em como Helen Mirren explora sua própria carreira numa deliciosa brincadeira com a rainha da Inglaterra, pra saber que o filme sabe exatamente aonde quer chegar.

 

 

Não completamente eficaz em toda essa sua forma (um tanto perigosa) de desenvolvimento narrativo, mas simplesmente pela excelência em buscar um entretenimento pipoca, de situações banais e do romance bobo, com todos os ingredientes na medida certa, “Red 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos” é a prova de que ainda dá pra contornar a situação desse nicho tão saturado no cinema hollywoodiano. E que o prazer do entretenimento vale qualquer saldo em bilheteria que o filme (não) consiga.

 

Crítica:

[CRÍTICA] – RED 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos por Gabriel Lisboa

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RED 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos

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