O trailer de “Ben-Hur” já mostrava que seria um bom filme de ação e surpreendeu, pois foi muito além de cenas de lutas e sobrevivência.

A história se passa durante o Império Romano e mostra dois grandes amigos, Judah Ben-Hur (Jack Huston) e Messala Severus (Toby Kebbell). Judah, como o nome sugere, é judeu e mora em Jerusalém com a família, durante o reinado de César em Roma. Tudo que ele e sua rica família querem é a paz com o reinado do ditador. Já Messala é romano e foi adotado pela família de Judah, pois seu avô era mal falado em Roma e ele não era bem-vindo.

Mas Messala nunca se sentiu em casa estando em Jerusalém. Lá não haviam os mesmos costumes e os mesmos Deuses que Roma e ele também não sentia que merecia o amor de Tirzah (Sofia Black-D’Elia), irmã de Judah, pois ele não tinha dinheiro e posses para oferecê-la. Por isso, Messala decide se alistar ao exército romano e lutar por sua pátria, enquanto Judah e sua família seguem em paz em Jerusalém. Judah se casa com Esther (Nazanin Boniadi), que era empregada da família e todos estão bem, até que Messala retorna à casa dos Ben-Hur para ajudar o exército romano a passar pela cidade de forma pacífica, já que existem pessoas contra Roma, matando os soldados na cidade.

Mas como é de se esperar, tudo da errado e Judah e a família sofrem as consequências de ataques ao exército, tendo Messala como comendante das punições,  tornando Judah um escravo romano que acaba se afastando de sua terra por 5 anos. Ele só retorna para Jerusalém com a ajuda de Ilderim (Morgan Freeman) buscando vingança pelo que os romanos e Messala fizeram à sua família.

O filme tem grandes cenas de ação. Tanto as cenas da batalha naval quanto a corrida de bigas são ótimas. Super bem feitas e todos os efeitos especiais estão ótimos. Não tem do que reclamar.

A fotografia do filme também é muito bonita e as luzes, cores e roupas da época são bem representadas, dando pra perceber claramente a posição social das pessoas apenas pela cor das roupas que usam. Além disso, o filme traz um pouco de uma discussão política, ao mostrar a família Ben-Hur ao lado de Roma, para que não precisem entrar em uma guerra, mesmo que a população mais pobre esteja sofrendo com isso e os monumentos sejam depredados para a criação dos Circos de César.

Agora a parte especial desse filme é a participação do personagem de Rodrigo Santoro, pois o brasileiro interpreta ninguém menos do que Jesus Cristo. Ele faz pequenas participações em partes específicas do filme, mas que no todo fazem muita diferença. E é essa a sacada do filme, mostrar uma história com um grande personagem conhecido por todos, mas como secundário.
No fim da para perceber que o filme foca nas ações e o quanto uma figura pública que preza pelo amor e pela compaixão fez grande diferença na vida das pessoas com pequenas ações, como mostrar, de forma indireta a Judah, que a compaixão e a redenção são melhores do que a vingança que sente.

No fim, “Ben-Hur” traz mais um filme  sobre o legado de Jesus Cristo, mas de uma forma inovadora e, talvez, tão comovente como qualquer outra.

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