Adaptação do livro Badfellas, do escritor Tonino Benacquista, “A Família” foi rodado na Normandia, na França, mas com algumas cenas filmadas em Nova York. Com Robert De Niro, Michelle Pfeiffer, Tommy Lee Jones e Dianna Agron no elenco principal, o filme retrata a história de um gângster norte-americano aposentado (De Niro) que vive com sua família, os Manzoni, na Normandia sob o serviço de proteção a testemunhas do FBI.

Eles tentam se ajustar aos modos locais, mas os velhos hábitos são difíceis de superar. A personagem de Pfeiffer, esposa do gângster, é uma mulher com tendências incendiárias. O chefe de família tem sérios problemas de paciência, pavio bem curto mesmo, a filha mais velha esconde uma personalidade bem agressiva,o mais novose mostra pronto para um dia levar a cabo o mesmo trabalho do pai,se mostrando bem apto em gerenciar o mundo dos negócios. Cabe ao agente vivido por Tommy Lee Jones cuidar dos Manzoni.

O filme oscila entre situações que funcionam e outras tantas que soam forçadas ou supérfluas. Mais: ao longo de toda a projeção tem-se a sensação de que faltou algo para galvanizar a dinâmica do longa e aprofundar os personagens, afastando-os da caricatura. Especular sobre o que um filme poderia ter sido é tolice. Um filme é o que é. Mas em “A Família” tem-se a sensação recorrente de que o conjunto poderia ter rendido mais se o roteiro assinado por Besson e Michel Caleo tivesse se comprometido no desenvolvimento das motivações pessoais de cada personagem. Do começo ao meio do filme vemos um gênero comédia,e somente ao final vemos ação.

Na ausência desse esforço, resta o humor pelo humor, a diversão pela diversão. E nesse aspecto a produção funciona a contento ao mostrar a maneira heterodoxa da família em resolver problemas cotidianos. Mas mesmo essa hilaridade perde ritmo, principalmente no terceiro ato, quando os algozes dos Manzonni entram em cena. O ritmo de diversão desaparece de repente e tudo passa a ser conduzido com a seriedade, tensão e violência comuns a filmes de gângsteres tradicionais. Inocentes são mortos a tiros nas ruas e, mesmo que muitos deles, vizinhos da família, tenham sido retratados como perfeitos idiotas estereotipados cenas atrás, não há graça nenhuma em vê-los sendo eliminados.

 

 

Fazer humor negro não é tarefa fácil. Diferente de “Máfia no Divã“, abertamente uma comédia sobre o mundo dos gângsteres, ou “Os Bons Companheiros”, um filme sério sobre o tema, o longa de Besson ora é uma coisa ora outra e, ao final, acaba não sendo nada. Tendo Martin Scorsese como produtor era de se esperar algo mais bem elaborado e inteligente de “A Família“.

 

Crítica:

02 | “A Família por Carlos Pedroso 

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