Não é de hoje que os filmes musicais enchem as salas de cinema de todo o mundo ou geram lucros estratosféricos para as suas produtoras. Crianças, jovens e adultos entram em uma sala escura para se deleitar, por algumas horas, com muito drama, ação, comédia, suspense e muita, muita musica.

De “Cantando na Chuva” (1952) a, “A Noviça Rebelde” (1965). De “Agora Seremos Felizes” (1944) a, “Amor, Sublime Amor” (1961) e de “Grease: Nos Tempos da Brilhantina” (1978) a “High School Musical” (2006), todas as gerações nascidas a partir de 1927 (ano do lançamento nos cinemas de “O Cantor de Jazz“) foram impactadas por algum musical exibido para a sua geração.

Nos últimos anos produções como “La La Land: Cantando Estações” (2016) e “Mamma Mia!” (2008) impactaram o mercado cinematográfico. Mas podemos ver a força desse negócio quando olhamos para o lançamento do modesto telefilme da Disney “High School Musical” em 2006. Comparado, por inúmeros críticos de cinema, com o sucesso “Grease: Nos Tempos da Brilhantina“.

“Um telefilme pré-adolescente da Disney é o filme musical de maior impacto desde os anos 70.”

MARTHE, Marcelo

“O filme vem sendo chamado até de Grease 3, uma referência ao clássico dos anos 70 e sua continuação de 1982.”

MARONI, João Rodrigo

O musical da Disney mostrou a força desse mercado. O filme foi um sucesso entre os adolescentes da época, algo não visto desde os musicais do final da década de 1970. A trilha sonora desapareceu das prateleiras das lojas, o filme ganhou versões em karaokê e uma onde os atores ensinavam as coreografias das canções. Os cofres das Disney encerram graças a um modesto telefilme, feito para crianças e adolescentes.

“High School Musical” fez tanto sucesso que logo ganhou uma continuação também realizada para televisão, além de uma terceira parte, essa produzida para a telona do cinema. 

Em 2009 para mostrar o poder dos musicais, a própria Academia de Artes Cinematográfica, na cerimonia do Oscar, fez uma homenagem ao gênero. Levando para o palco os protagonistas de “Mamma Mia!“, Amanda Seyfried e Dominic Cooper e de “High School Musical 3: Ano da Formatura” (2008), Vanessa Hudgens e Zac Efron, junto com o apresentador da cerimonia, o ator Hugh Jackman acompanhado de Beyoncé, protagonista de “Dreamgirls: Em Busca de um Sonho” (2006).

Antes da apresentação que homenageou os musicais, Jackman falou sobre o poder do gênero cinematográfico.

“Algo que nunca pensamos que veríamos na nossa vida: Mamma Mia! vendeu mais ingressos do que Titanic na Inglaterra. Os musicais voltaram!”

JACKMAN, Hugh

O poder de uma musica em um filme é enorme, desde a importância para a narrativa, até mesmo para o sucesso comercial do longa como um todo, e principalmente nos seus produtos licenciados e fonográficos. Mesmo não sendo um musical, “O Guarda Costas” (1992) foi um sucesso nos anos 1990, tanto é que a musica mais tocada nas rádios do Brasil nessa década foi I Will Always Love You, de Whitney Houston, musica tema do filme. “Titanic” (1997) é outro exemplo, Céline Dion, com sua My Heart Will Go On marcou a história do longa. O hit ganhou o Oscar de Melhor Canção Original e o Globo de Ouro daquele ano. 

O gênero musical até pode ser o coentro dos filmes, tem os que amam e os que odeiam. Mas, de qualquer maneira, não podemos nunca esquecer que os musicais fazem parte da cultura cinematográfica e sua contribuição para a indústria é incontestável.