Por sorte minha eu assisti “A Travessia” antes do trailer, e depois fui ver como seria a descrição desse filme em alguns minutos e, posso dizer, o trailer com o típico toque hollywoodiano estraga completamente a história do filme, no trailer se passa a sensação de um filme de ação com muito drama, e passa uma ideia totalmente diferente do que você verá no filme, sim, com certeza você irá se surpreender com esse novo filme, já que em 2008 saiu um documentário sobre o equilibrista.

O filme conta a história verídica do francês Phillipe Petit que em 1974 atravessou em uma corda de aço as torres gêmeas, uma distância de 60 metros de vazio entre os dois edifícios, e a ‘proeza’ levou em torno de 45 minutos, é claro que foi feito ilegalmente, e com muita sorte e talento o francês surpreendeu com tamanha coragem. A históia do equilibrista é nada muito original de quem quer ganhar vida como artista, seu pai não aprova enfatizando que isso não iria lhe pagar as contas, mas de nada adiantava porque ele era um artista, um poeta de circo, alguém que via o mundo de modo diferente, mas queria que seu trabalho tivesse um significado, algo que pudesse marcar sua vida e que ele fosse lembrado, e com toda certeza foi. O que mais me fascinou no filme é o lado artístico, primeiramente ele já te cativa por mostrar uma paris antiga, com aquelas ruelas cheias de bohemia e artistas de ruas, te dá uma vontade de estar lá inimaginável, e com uma fotografia excelente seus olhos se bancam no filme até o momento que eles vão para Nova York.

“A Travessia” é bonito em vários aspectos, e quem interpreta o francês é Joseph Gordon Levitt, e merece certo reconhecimento levando em consideração o esforço em fazer o sotaque francês e ainda atuar encima de uma corda em um estúdio verde de cromaqui (haja capacidade), o próprio Phillipe foi consultor no filme e ajudou Gordon a treinar como equilibrista, lhe deu conselhos e ainda lhe falava sobre coisas que fielmente foi retratado no filme como por exemplo ele enfatizar o prazer pela vida e nunca dizer a palavra morte. Phillipe no filme é um artista, mas também um anarquista, egoísta, cabeça-dura e as vezes infantil (quando falava com seu mentor) mas tal personalidade só retratava mais o quanto ele estava obcecado por fazer tal feito, ilegalmente e com muito trabalho ele e sua equipe fizeram o procedimento muito bem feito, analisado e construído para ele atravessar as torres, e o filme te passa uma agonia interminável, dada as circunstâncias, isso só faz você parar para pensar : ‘ou ele é muito corajoso ou terrivelmente insano, mas com toda certeza ele é soberano em sua arte.

O elenco do filme é composto pelo ótimo Ben Kingsley que interpreta o mentor de Phillipe, um exímio equilibrista que lhe ensina tudo o que sabe e acaba se tornando uma figura paterna para ele, sua namorada é interpretada pela francesinha com cara de boneca e dentes tortos  que mais parece ter saído de um dos filme de Tim Burton, Charlotte Le Bon. O elenco é bom e todos fazem bem seu papel no filme, é um bom longa aonde você sai surpreendido por descobri que o filme não é nada chato, é uma história sobre arte, poesia, coragem, exceder limites e seguir seus sonhos acima de tudo. Fica mais do que dito aqui a dica pra você ir ver esse filme.

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