O divertido filme, parte do grupo das adaptações das histórias clássicas da Warner Bros, abre espaço para muitos comentários, uns bons outros nem tanto, e para não me estender muito filtrei dois temas que acho importante destacar: enredo e efeitos especiais.

Esta é nada mais nada menos do que a história de “João e o pé de feijão”, porém adaptada para um público mais interessado em combates e lutas do que nas mensagens originalmente transmitidas pelos contos clássicos. Aqui, Jack (Nicholas Hoult) e a princesa Isabelle (Eleanor Tomlinson) escutavam, quando pequenos, histórias sobre os gigantes que viviam no céu e sobre feijões mágicos, que faziam a ponto entre o mundo deles e o nosso. Os dois cresceram separadamente, cruzando seus caminhos somente no dia em que a jornada começa. Jack é frequentemente lembrado de que é um filho de fazendeiro e de que este é seu destino, enquanto Isabelle é sempre destacada dos demais. 

Em determinados pontos, o jovem camponês se vê obrigado a enfrentar sua condição atual e lutar por um mundo melhor, nem que para isso precise arriscar sua pele e enfrentar o prometido de Isabelle, Roderick (Stanley Tucci). História bonita, mas um tanto batida em minha opinião, ainda mais onde cada encontro entre humanos e gigantes virou motivo para um grande confronto. Não que o filme não seja bom, ou interessante, muito pelo contrário, achei divertido! Porém talvez tenha faltado um pouco de originalidade na elaboração do roteiro, ainda mais uma vez que a ideia é fazer uma relação/adaptação com a atualidade. Isso sem falar na tentativa (falha) de acrescentar um sentido mais filosófico ao colocar o papel de Deus como um dos objetivos para se escalar o pé de feijão e colocar os gigantes como monstros que impedem o ser humano de se juntar ao ser divino. O problema não está na abordagem religiosa, mas na falta de fundamento para ela dentro do contexto do filme.

Sobre os efeitos especiais, digo que deixou a desejar. Não pelos efeitos em 3D, usados de forma inteligente e nada gratuita, mas pelo abuso da computação gráfica. Esta foi usada não como uma ferramenta de acréscimo ao longa-metragem, mas sim como uma muleta, um apoio sobre o qual caminhar.  Muitos filmes já foram lançados seguindo esta premissa, vários deles filmes ruins de verdade, mas ainda há animações que parecem de certa forma reais e naturais dentro do universo fílmico, o que não é o caso aqui. Talvez por ter assistido recentemente trabalhos melhores com os mesmos recursos, ou talvez por esperar demais do filme. Não sei dizer. Mas foi algo que me tirou a atenção e criou uma atmosfera de falsidade, matou um pouco do encanto que uma história dessas deveria ter.

E para finalizar, uma curiosidade sobre o papel de Ewan McGregor. O chefe dos guardas reais, Elmont, tem como função proteger uma princesa dos mais diversos perigos e nas mais diversas situações, inclusive presenciar o crescimento do relacionamento entre a princesa e o jovem camponês. Essa é uma situação muito semelhante à vivida pelo ator em “Star Wars“, quando interpretou o mestre jedi Obi Wan Kenobi, onde deveria proteger a rainha Amidala e ainda intervir na paixão que o aprendiz Anakin sentia por ela. 

No fim das contas o filme acaba se adequando ao gênero a que pertence e ao público a que foi destinado. Sem nenhuma exigência muito grande fora a diversão e o entretenimento, o filme vale a pena ser assistido.

 

 

O filme chega aos cinemas nessa sexta-feira, 29 de Março

Tem promoção do filme rolando aqui no CineOrna (AQUI);

Confira a crítica do filme por Maiara Tissi (AQUI);

Confira a crítica do filme por Thiago Cardoso (AQUI). 

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