CineOrna_CriticaCoracoes

Já tem algum tempo que venho querendo escrever sobre um filme do David Ayer. Desde que vi “Tempos de Violência” em meados de 2013 (na época não tinha associado o diretor ao roteirista de “Dia de Treinamento“), eu comecei a prestar atenção na filmografia do Ayer como uma odisseia para além dos costumeiros estudos de gênero que ele se propunha fazer. Quando saiu a notícia de que Brad Pitt estaria trabalhando com ele num projeto sobre a 2ª Guerra Mundial não seria surpresa que “Corações de Ferro” já era um dos filmes mais aguardados do ano pra mim.

CineOrna | Corações de Ferro - PÔSTER

Não somente porque é seu filme mais inventivo até aqui, mas por ser um experimento completamente pessoal (visto que Ayer foi soldado), “Corações de Ferro” surge sob um olhar minucioso da estética de Ayer, finalizando o que eu gosto de pensar ser a odisseia de sentimentos reprimidos do diretor, que ele vinha fragmentando desde sua estreia, e qual teve seu clímax em “Marcados Para Morrer“. Nesse processo de texturas incompletas que é o cinema do diretor, encontrar na presença de Brad Pitt, sentindo na pele as responsabilidades de um veterano de guerra, um reflexo de nostalgia na personificação de Logan Lerman como o escrivão que cai de paraquedas em seu comboio, meio a um pedaço encoberto de incertezas da História, é o combustível para toda a construção de uma mise en scène que se redescobre a cada nova sequência.

CineOrna | Corações de Ferro - FOTO

CineOrna | Corações de Ferro - FOTO

CineOrna | Corações de Ferro - FOTO

No sentido literal, é o tour de fource que Ayer sempre buscou dentro da convencional narrativa de filme de gênero, só que bem menos consciente, visto que toda a atmosfera infernal do filme se constrói sob a perspectiva do rosto sereno e ainda inocente do personagem de Logan. E é pela tamanha grandiosidade em enxergar David Ayer em cada plano do filme, cada sequência visualmente deslumbrante e cada diálogo dilacerante de valor poético extraído do contexto de que esse se trata de um ‘filme de guerra’, cada fragmento desse processo em dissolução se torna para o diretor (e para quem assiste) o mecanismo de um Cinema que não é pensado, somente sentido.

Saiba mais sobre o filme:

Confira as primeiras imagens de “Fury

Não deixe de conferir as novidades do CineOrna através das nossas redes sociais:

Facebook | Twitter | Filmow | G+ | Instagram | Tumblr | Pinterest | YouTube