Continuação do clássico filme cult de 1982, “Blade Runner 2049” retoma a história de um planeta super tecnológico com um roteiro que supera seu antecessor.

Trinta anos depois dos acontecimentos de “Blade Runner: O caçador de andróides”, a Terra passou por um colapso. A empresa Tyrell, responsável pela criação dos replicantes (robôs sintéticos com aparência e inteligência igual à dos humanos) vai à falência, o planeta passa por um blecaute onde todos os dados são apagados e quase deve retomar do zero.

Aproveitando a queda da Tyrell, o empresário Niander Wallace (Jared Leto) retoma a fabricação de replicantes, agora totalmente submissos ao comando humano e constrói um império no mundo tecnológico.

No novo filme, acompanhamos K (Ryan Gosling), um replicante que trabalha como um Blade Runner, responsável por caçar os últimos replicantes da época anterior ao blecaute e que, por serem de outras época, não tinha prazo de validade. Porém, nessa caçada, ele descobre segredos que podem mudar totalmente a vida dos replicantes na Terra e suas origens.

Como o anterior, “Blade Runner 2049” usa e abusa de ideias tecnológicas, sendo essa uma das grandes vantagens visuais do filme. Mesmo com o tom mais escuro e nublado, devido à atmosfera diferente da Terra, a tecnologia explode na tela com cores e sons super atrativos.

E a grande responsável pelas melhores cenas tecnológicas é Ana de Armas, que interpreta a Inteligência Artificial Joi. O relacionamento entre Joi e K faz com que o espectador se questione sobre o significado do amor e, até que ponto, uma tecnologia pode ser real a ponto de declararmos sua existência como um ser pensante e racional, para que seja possível amá-lo como um indivíduo.

O novo longa ainda contém a mesma dúvida do primeiro: o que nos torna humanos? O que significa ter uma alma? Esse tipo de dúvida fica no ar durante toda a trama e contribui para ótimos momentos do personagem de Ryan Gosling que interpreta de forma sensacional as dúvidas e questionamento de K, mesmo que isso esteja apenas na cabeça dele, mas é demonstrado com uma ótima atuação em ações e expressões do personagem, ao duvidar de si mesmo e de sua origem.

O filme ainda conta com uma personagem forte, interpretada por Sylvia Hoeks. Sua personagens, Luv, é o braço direito de Wallace e faz de tudo para mostrar que é a melhor andróide já criada.

Além de um ótimo roteiro, com uma história envolvente, o filme conta com uma trilha sonora incrível, criada por Benjamin Wallfisch e Hans Zimmer e que lembra muito a trilha de “A Chegada” e do primeiro “Blade Runner”, pois é uma trilha sonora intensa e que não fica solta no filme, ela é extremamente necessária para criar a ar tecnológico, futurístico e a tensão existente no filme.

Denis Villeneuve conseguiu fazer um trabalho tão bom quanto em “A Chegada”, pois o filme não precisa de grande cenas de ação e uma trilha sonora carregada para construir um filme bonito e envolvente que prende o expectador nas quase três horas do longa.

O brilho do filme ainda conta com a direção de fotografia de Roger Deakins que constrói cenas que tornam uma Terra pós apocalíptica em um ambiente bonito visualmente com suas luzes e contrastantes, no meio de um local destruído e também super tecnológico.

Blade Runner 2049” não deixa nada a desejar ao seu antecessor e ainda conta com um final aberto que nos dá possibilidade para muita história em uma possível continuação.

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