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Um filme auto ajuda sobre superação. É assim que o diretor David Frankel (o mesmo de O diabo veste Prada) procurou estruturar “Apenas uma Chance” (“One chance“) do começo ao fim.

CineOrna | Apenas Uma Chance PÔSTER

Estamos aqui diante da história de Paul Potts, cantor de ópera que ganhou grande fama na Inglaterra ao participar do programa de novos talentos “Britain’s Got Talent” (aquele em que Simon Cowell era tido como o jurado mais mal humorado possível). Mesmo sabendo do ápice da trajetória de Paul, que é vencer a edição do programa de 2007 e, consequentemente, abraçar as oportunidades que desse evento vieram, o longa foca no caminho que é traçado pelo cantor até o seu auge.

Como o filme é apenas baseado em fatos reais, podemos ver muitas alterações por parte do roteiro ao remodelar a vida de Paul da maneira mais tragicômica possível. A “ópera de sua vida”, como o personagem principal faz questão de frisar desde o início. Paul Potts era um garoto gordinho, que sofria bullying todos os dias por seus colegas de classe e, ainda, ao chegar em casa, contava com o imenso descrédito do pai por não ser “macho” o suficiente.

Esse estigma do menino tímido e pouco sociável o seguiu durante todo o retrato de sua vida. Melhor amigo de um nerd jogador de RPG (seu chefe na Carphone Warehouse, onde Paul era vendedor de celulares), Paul – aqui interpretado por James Corden – só foi conhecer sua futura esposa através da internet. A cena em que os dois se encontram pessoalmente pela primeira vez não poderia ser mais carregada de clichês: o ar adolescente, a instantânea atração que um sente pelo outro, os suspiros infinitos. De qualquer forma, o esforço é grande para que tudo seja milimetricamente “bonitinho”.

Aliás, diga-se de passagem, a interpretação de Alexandra Roach como Julz, a amada do cantor de ópera, é um dos elementos pulsantes do filme. A atriz desenvolve bem o papel de companheira e fã incondicional do marido, sabendo dosar bem as emoções que devem ser utilizadas em cada cena. No mais, o roteiro inteiro dedica-se com afinco a demonstrar a montanha russa da vida de Paul da maneira mais exagerada possível – não querendo menosprezar a “story of my life” do vencedor da primeira edição do Britain’s got talent, é claro. É que a tentativa de fazer tudo um evento grandioso – tanto para os acontecimentos felizes quanto para os tristes – é tão cheia de clichês que pode chegar a ser entediante. Ainda mais quando essas cenas têm como trilha sonora Taylor Swift.

Em verdade, o filme de David Frankel é apenas uma boa chance de você passar o tempo se estiver a fim de relembrar da atmosfera “sessão da tarde” com algo raso. Ou seja, nada surpreendente.

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